domingo, 14 de julho de 2013

Sobre visitas de extraterrestres


 
Estou passando a semana na Amazônia como parte das celebrações de dez anos da Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa da Amazônia) e a convite da Secretaria do Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Fora o deslumbre da grande diversidade da fauna e flora local, a visita ao encontro das águas do rio Negro e do rio Solimões e um certo choque em ver a enorme industrialização junto aos rios, um assunto que parece ser de grande interesse local é a possibilidade de que misteriosas luzes nos céus, aparentemente vistas por muitos, são espaçonaves de origem extraterrestre.
Vamos então investigar a possibilidade de que, de fato, seres extraterrestres tenham algum interesse pelos céus da Amazônia (ou de Varginha) ou mesmo pela Terra em geral. Antes, um pouco de astronomia.
O grande desafio de viagens interestelares são as distâncias gigantescas. O Sol está a aproximadamente oito minutos-luz da Terra; ou seja, a luz, viajando a 300.000 km/segundo, demora oito minutos para cobrir os 150 milhões de quilômetros até aqui.
Digamos que queremos visitar o sistema estelar mais próximo da gente, na constelação do Centauro. São quatro anos-luz, mais ou menos. Viajando na espaçonave mais veloz que temos, a 50.000 km/h, demoraríamos em torno de 100.000 anos para chegar lá!
Obviamente, se alguma inteligência extraterrestre existe, se desenvolveu tecnologia que não temos a menor ideia do que seja, capaz de viagens próximas da velocidade da luz, e se tem interesse em nos visitar, a viagem demoraria muito tempo. Talvez mandem arcas que viajam por muitas gerações pelo espaço, com vidas inteiras passadas dentro delas. Onde estão?
Será razoável supor que tenham feito este esforço todo para chegar aqui e se esconder, meras luzes misteriosas nos céus? Em 1950, o físico Enrico Fermi fez um cálculo simples, mostrando que se inteligências capazes de viagens interestelares existem na nossa galáxia, teriam já tido tempo de sobra para colonizá-la. "Onde estão eles?", perguntou-se.
Esse é o Paradoxo de Fermi: nossa galáxia tem 10 bilhões de anos e 100.00 anos-luz de extensão. Vamos supor que uma inteligência surgiu em algum canto um milhão de anos antes da gente, o que é bem razoável considerando que a galáxia tem 200 bilhões de estrelas e possivelmente trilhões de planetas e luas.
Esses seres do planeta Yczykx têm espaçonaves que viajam a velocidades de 10% da velocidade da luz. Ou seja, em um milhão de anos, poderiam ter viajado de ponta a ponta da galáxia, incluindo várias passagens pela Terra. Se tivessem surgido não um, mas 10 milhões de anos atrás, poderiam ter colonizado a galáxia inteira. E certamente não nos contataram de forma direta e clara.
Portanto, ou vieram, não gostaram e foram embora; ou estão aqui mas têm uma tecnologia de invisibilidade que elude todos nossos sistemas de detecção; ou nos criaram como um experimento genético que seguem curiosos, de longe, como num zoológico; ou, o que é mais provável, nunca vieram aqui ou vieram e não deixaram nenhum sinal.

Das várias explicações para luzes estranhas nos céus, as mais plausíveis --fenômenos atmosféricos, balões de pesquisa etc.--, mesmo que menos dramáticas, são muito mais realistas.

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