domingo, 31 de janeiro de 1999

Da poeira cósmica à clonagem de seres humanos



"Nós somos poeira das estrelas", dizia Carl Sagan, o ilustre divulgador de ciência norte-americano. Com isso, ele queria dizer que a matéria da qual nós somos feitos -carbono, oxigênio, cálcio etc.- veio originalmente das estrelas.

Quando estrelas morrem, elas espalham uma quantidade enorme de matéria pelo espaço interestelar, sementes que irão iniciar o processo de formação de outras estrelas em regiões vizinhas, numa dança de criação e destruição que se repete por todo o Universo.

Nosso próprio Sol morrerá um dia, e parte de sua massa será convertida em átomos de carbono e oxigênio, que irão se espalhar pelo Universo afora. Nós temos cerca de 5 bilhões de anos para escapar dessa fornalha cósmica, quem sabe colonizando um planeta distante, parte de outro sistema solar em nossa galáxia ou talvez até em outra galáxia. Essa idéia me lembra um romance de ficção científica do escritor inglês Colin Wilson, chamado "A Pedra Filosofal". Nele, Wilson conta a história de um jovem que desenvolve poderes mentais avançadíssimos e é capaz de "viajar" no tempo e no espaço por meio de sua própria imaginação, sem sair do lugar.

Quando o nosso herói se depara com um quadro do século 18, ele "entra" no quadro, participando ativamente da cena. Ele também é capaz de retraçar a evolução da espécie humana, descobrindo que nós fomos criados por uma raça extraterrestre extremamente avançada, que habita as profundezas da Terra.

A humanidade foi produto de uma experiência genética desenhada para criar escravos aptos a viver nas condições atmosféricas desse planeta.

Nós ainda estamos longe de colonizar outros planetas. É possível que uma missão tripulada a Marte faça parte dos planos da Nasa (agência espacial dos EUA) no início do novo milênio. Mas, se nossas conquistas espaciais estão distantes da imaginação de Colin Wilson (e de tantos outros escritores de ficção científica), nossas conquistas genéticas estão tornando realidade o que, há algumas décadas, era considerado ficção científica.

Frequentemente vemos novos avanços da engenharia genética. Clonagem de ovelhas, isto é, a duplicação real de um ser vivo em laboratório a partir de uma célula. Bebês de proveta, fecundação artificial que gera oito bebês de uma só vez (uma verdadeira ninhada humana!), a possibilidade de realizar certos testes genéticos no feto para determinar se ele terá essa ou aquela doença ou, mais assustadoramente, a clonagem de humanos, como a anunciada recentemente por biólogos da Coréia do Sul, que dizem ter clonado um embrião a partir de uma célula adulta e de um óvulo de uma mesma mulher. Caso isso se torne possível, o sexo será um passo desnecessário para a reprodução da espécie humana!

Já se fala na possibilidade de "desenhar" geneticamente um feto, de modo a garantir certos traços desejados pelos pais, como o sexo, cor dos olhos, altura, ou até mesmo inteligência. Óvulos de mulheres "brilhantes" estão à venda nos Estados Unidos, para casais que não podem ter filhos naturalmente.

O desenvolvimento da tecnologia genética está ligado a um debate ético. De certa forma, a nova biologia pede uma nova ética, em que questões sobre clonagem humana podem ser debatidas racionalmente. Até que ponto estamos "abusando" da natureza, criando algo que antes era deixado ao acaso? Será que devemos deter o avanço científico com uma legislação internacional? E se essas tecnologias caírem em "mãos erradas"?

Imagine um terrorismo genético, em que várias cópias idênticas da mesma pessoa podem ser fabricadas sem problemas: você, em frente a vários vocês.

Esse é mesmo um "Admirável Mundo Novo", onde a linha divisória entre a imaginação e a realidade se torna cada vez mais transparente. É bom nos prepararmos emocionalmente para viver nesse mundo.

Um comentário:

  1. Genética Cósmica é o artigo preparado para divulgação científica pública. Nele o Pensador Haddammann Veron Sinn-Klyss mostra o que pode se esperar em descobertas no LHC. Uma exposição suscinta que mostra extraordinariamente a COMPOSIÇÃO ESPACIAL por uma epistemologia lógico-nuclear jamais vista, e proposição da Natureza em diretrizes, leis, e princípios, coordenando-se para estabelecer o Feedback Cósmico e o procedimento espacial que constrói um vestígio de retículo cristalino. Prestes a ser publicado, passado pelo crivo de Físicos, esse artigo ampliará a visão humana para um novo padrão de pensamento. É sugo da mais alta performance de consciência investigativa de nossos dias.

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